P-F Curve

Um dos objectivos das equipas da manutenção é manter os equipamentos a funcionar com eficiência e qualidade necessárias para satisfazer os seus clientes. Mas nem sempre isso acontece, por vezes as avarias surgem de forma inesperada, a produção pára, a manutenção é chamada de urgência, a equipa técnica tem de detectar a origem da falha, e definir o melhor processo para repor rapidamente o normal funcionamento do mesmo. Quando estas situações surgem a sua reparação pode demorar desde alguns minutos, até dias, o que implica custos elevados e altos índices de stress nas equipas de manutenção.

Este terá de ser o dia a dia das equipas de manutenção? 

O objectivo das equipas de manutenção não deve ser estar diariamente a corrigir as falhas nos equipamentos, mas sim evitar que estas falhas aconteçam.

Os conhecedores de manutenção sabem que as falhas funcionais nos equipamentos não são acontecimentos inesperadas, mas sim um processo evolutivo, pelo que podemos considerar que existe um intervalo de tempo em que as equipas de manutenção podem utilizar em seu beneficio para eliminar potenciais falhas, antes destas passarem a ser falhas funcionais.

A curva P-F analisa o comportamento dos activos de manutenção desde o inicio da potencial falha até ao momento em que esta acontece.

Na figura abaixo, podemos verificar que desde o ponto em que conseguimos detectar a potencial falha, até que a mesma surja, existe um intervalo de tempo em que se pode planear a intervenção de forma organizada, e com custos inferiores aos da reparação após a falha funcional.

Definições:

Falha Potencial- É uma condição num equipamento que pode ser detectada e indica que uma falha funcional vai ocorrer.

Falha Funcional - É a incapacidade de um equipamento realizar o seu normal funcionamento.

Após as falhas iniciarem o seu processo evolutivo, a manutenção deve detectar a sua existência e acompanhar a sua evolução ao longo do tempo. O departamento de manutenção, com os dados de acompanhamento da evolução da potencial falha, pode preparar a intervenção para que esta seja realizada no momento certo, prolongando assim a vida dos seus elementos e ao mesmo tempo não deixar o equipamento entrar na zona de risco.

A manutenção preditiva possui as ferramentas para numa fase precoce detectar as potenciais falhas. Actualmente existem diversas ferramentas muito fiáveis  que são utilizadas: análise de vibrações, ultrassons, análise de óleos, termografia, etc.... 

Na evolução da falha, se a mesma ainda não foi detectada e eliminada, quando se aproxima a fase da falha funcional, o equipamento normalmente dá indicações de que a mesma está para acontecer, como ruído e temperaturas anormais. Estes indicadores podem ser detectados nas inspecções preventivas, embora nesta altura a falha funcional já se encontre eminente e por vezes já não seja possível realizar a intervenção em tempo útil.

Conclui-se assim que a equipa de manutenção pode utilizar a curva P-F como aliada e as ferramentas certas para o acompanhamento da condição dos seu equipamentos, pode atingir seu objectivo de ter uma elevada taxa de disponibilidade, com um custo inferior e em simultâneo manter a sua equipa a trabalhar de forma planeada, organizada e motivada.

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