Lubrificação organizada, a base para o bom funcionamento dos equipamentos.


Actualmente, muitas industrias estão a efectuar um grande esforço para melhorar o trabalho realizado pela manutenção e investem em novos métodos de manutenção como as análise de vibrações, termografias, etc..., mas continuam com planos de lubrificação desactualizados e sem estrutura. Como refiro no titulo "a lubrificação organizada é a base para o bom funcionamento dos equipamentos", o que aumenta o tempo de vida útil dos equipamentos, reduzindo tempos mortos e custos de manutenção. Sendo assim, considero que a organização/reorganização do plano de lubrificação é um dos primeiros passos a dar quando se pretende melhorar os índices de eficiência da manutenção numa unidade industrial. 

Neste artigo pretendo apresentar os princípios para organizar um plano de lubrificação eficaz  e eficiente.

Em muitas empresas a lubrificação dos equipamentos já é executada mas não está documentada e não existem os procedimentos escritos nem os registos adequados, o que leva os técnicos de manutenção a realizarem este trabalho de acordo com a sua experiência e opinião. Este método de trabalho tem como consequência um descontrolo da lubrificação dos equipamentos, o que vai provocar uma diminuição da disponibilidade dos mesmos e aumento dos custos da manutenção.

O gestor da manutenção quando inicia um processo de análise e redução do Lost Time dos seus equipamentos, deve colocar como uma das suas prioridades rever o plano de lubrificação existente. Após análise, deve implementar as alterações que venham a melhorar o plano actual, e consequentemente melhorar a disponibilidade dos equipamentos. Para reestruturar o plano de manutenção o Gestor deve seguir um método e fazê-lo por fases, um dos métodos a seguir pode ser o seguinte:

FASE 1

Perceber como é que se realiza a lubrificação e fazer um levantamento dos lubrificantes que estão a ser utilizados. O primeiro passo é elaborar uma lista dos lubrificante que existem com a seguinte informação:
  • Fabricante do lubrificante;
  • Viscosidade ; (ISO220, ISO46, etc...);
  • Tipo de lubrificante (Óleo de redutoras, óleo hidráulico, etc...);
  • Equipamento em que é usado;
Após conclusão da lista deve-se analisar a informação existente para tirar algumas conclusões. Quantos fornecedores de lubrificantes existem? Entre eles existem produtos com as mesmas características? Existem lubrificante que não estão associados a nenhum equipamento? 
O resultado desta análise leva geralmente à redução do número de lubrificantes em uso, eliminando os que estão armazenados mas não são utilizados e os que com marcas diferentes tem as mesmas características.

FASE 2

Analisar a escolha do lubrificante, a frequência de uso e agrupar as conclusões nas seguintes respostas:
  1. Foi o que sempre se usou; 
  2. Requisito do fabricante do equipamento;
  3. Recomendação do fornecedor de lubrificantes;
  4. Identificado com base no componente, tipo de operação e aplicação;
Para elaborar o plano de lubrificação deve-se dar prioridade à opção 2, principalmente durante o período de garantia dos equipamentos. Com o objectivo de normalizar os produtos utilizados podem substituir-se os recomendados pelo fabricante, pelo do fornecedor (opção 3), desde que tenhamos a garantia que as características são as mesmas. Quando não existe informação sobre o lubrificante a utilizar deve-se optar pela opção 4 e utilizar um lubrificante recomendado para aquele tipo de componente a realizar, a operação especifica e tendo a atenção a aplicação, por exemplo rotação. A opção 1 deve ser eliminada.

FASE 3

Nesta fase vamos elaborar o plano de manutenção com toda a informação necessária para que todos os colaboradores da manutenção que realizam esta tarefa, o façam da mesma maneira.

Os planos de lubrificação devem ser simples e conterem toda a informação necessária para a boa execução das tarefas. A informação que deve constar no plano deve ser a seguinte:

  • O equipamento ou componente especifico a lubrificar;
  • O lubrificante a utilizar;
  • A quantidade a necessária de lubrificante; (a unidade utilizada deve ser sempre a mesma para o mesmo tipo de lubrificante, peso, volume, ou bombada, desde que se garante que a bomba utilizada é sempre a mesma);
  • O intervalo de tempo entre lubrificações;

Após conclusão da terceira fase pode iniciar a execução do plano de lubrificação, onde todos os intervenientes da execução vão saber o equipamento/componente a lubrificar, no tempo correto, com o lubrificante correto e a qual a quantidade correta a aplicar.

Como todos os planos na manutenção, o plano de lubrificação também deve seguir o principio da melhoria continua e ser revisto quando necessário, no mínimo anualmente deve fazer-se uma revisão e actualização.

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